Por Francis Ivanovich:
O Blog da Resistência Socialista do Rio de Janeiro conversou com a cineasta maranhense Isa Albuquerque (na foto, de pé, camisa preta e olhando para baixo, ao lado de Clemente, de pé), que dirige a cinebiografia Codinome Clemente, onde conta a história do comandante Clemente, guerrilheiro que liderou a Ação Libertadora Nacional – ALN, organização criada por Carlos Marighella, na resistência armada contra a ditadura militar no Brasil, entre os anos 60 a 70. “Estamos exibindo o filme em festivais, universidades e batalhando o lançamento do filme nos cinemas, através de uma campanha na internet”, afirmou a diretora.

O documentário Codinome Clemente, produção da Íris Cinematográfica, recebeu prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema – ABRACINE, em 2020, e será exibido no Festival du Cinema Brasilien, em Monteral, Canadá, evento que ocorre entre os dias 26 de novembro e 02 de dezembro de 2021. O documentário também foi selecionado pelos festivais internacionais de Toulouse, Bordeaux, Los Angeles, Paris. Atualmente vem sendo exibido em pré-estréias online, e em debates promovidos por universidades como Unicamp, USP, Unilas e UFMA.
A Universidade Federal do Maranhão – UFMA, por exemplo, realiza em 10 de dezembro, 18 horas, através do seu departamento de Comunicação, debate online com a diretora Isa Albuquerque, a historiadora Maria Cláudia B. Ribeiro que é autora do livro Mulheres da Luta Armada, o ex-guerrilheiro e ex-coordenador da Comissão Nacional da Verdade de São Paulo, Ivan Seixas, e que terá a mediação do professor José Ferreira Júnior, coordenador do curso de Mestrado em Comunicação da universidade.
Na segunda quinzena de Janeiro de 2022, será a vez da UFRJ, onde o professor e orientador do curso de Letras, Alberto Punkeu, coordenará debate, através do Cineclube Cinerama, com a presença da diretora Isa Albuquerque, a historiadora Maria Cláudia B. Ribeiro, o ex-guerrilheiro e ex-coordenador da Comissão Nacional da Verdade de São Paulo, Ivan Seixas, e o poeta e ex-guerrilheiro da ALN, Pedro Tierra.
Clemente em campanha de lançamento
Com a frase “AGORA VOCÊ VAI CONHECER A MINHA HISTÓRIA” , Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz encerra a narrativa do longa documentário CODINOME CLEMENTE. Clemente era seu nome de guerra pelo qual ficou conhecido, enquanto era o comandante de grupos de fogo da Ação Libertadora Nacional. A produção do filme vem desenvolvendo uma campanha de financiamento coletivo através do site Vakinha OnLine, a fim de obter os recursos necessários para o lançamento do longa metragem no Brasil e no exterior.
Quem foi Clemente

Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, ou Comandante Guilherme Clemente, foi o sucessor de Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira no comando da guerrilha Aliança Libertadora Nacional (ALN), e que a ditadura jamais conseguiu prender. Ele faleceu em 29 de junho de 2019, em Ribeirão Preto (SP), onde vivia com sua companheira, a historiadora Maria Cláudia Badan Ribeiro.
Carlos Eugênio era alagoano, mas cresceu no Rio de Janeiro, tendo estudado no colégio federal Dom Pedro II. Além dos assaltos a bancos para financiar a luta contra a ditadura, um dos episódios mais conhecidos de sua atuação como guerrilheiro foi a execução do industrial dinamarquês Henning Boilesen, em São Paulo (SP), no ano de 1971. Boilesen era conhecido por ser espectador assíduo de sessões de tortura contra presos políticos praticadas nas dependências do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).
Perseguido pela ditadura, em 1973, Clemente vai para Havana, Cuba, e de lá segue para a União Soviética e França. No retorno ao Brasil, no início dos anos 1980, passa a atuar como professor de música. Escreveu dois livros — Viagem à luta armada (1996) e Nas trilhas da ALN (1997) — e foi tema de um documentário, dirigido por Isa Albuquerque — Codinome Clemente (2018). Foi filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), de Miguel Arraes.
“O quadro é irreversível. Ele se vai como viveu a vida: com coragem. Obrigada a todos que por todo lado nos deram força e nos reconfortaram. Vou viver a passagem dele assim, segurando a mão dele e sussurrando bem em seus ouvidos todo amor que tenho por ele”, disse sua companheira Maria Cláudia, na mensagem sobre a partida de Carlos Eugênio, vítima de falência respiratória. (Fonte Brasil de Fato com edição de Roidrigo Chagas)
Campanha online
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