Lula: Se Eletrobras for vendida, preço da energia vai subir como o da gasolina

Em entrevista à rádio Progresso FM, de Juazeiro do Norte (CE), nesta quinta-feira (17), Lula se disse indignado com a destruição do Brasil causada por Jair Bolsonaro. “Estou indignado e acho que o povo deve ficar indignado também”, afirmou o ex-presidente, citando o desmonte da Petrobras e a tentativa de privatizar a Eletrobras como provas de que o atual governo age contra os interesses da população.

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“Se tem uma coisa que me deixa irritado é a canalhice que estão fazendo com a Petrobras. O que esses malandros fazem? Eles estão destruindo a Petrobras fatia por fatia. Na hora em que privatizaram a BR Distribuidora, apareceram aqui 432 empresas que estão importando gasolina dos Estados Unidos a preço de dólar. E quem paga? Quem tem carro, o caminhoneiro e o povo que vai no supermercado, porque o preço da gasolina, do diesel e do gás entra no preço dos alimentos”, denunciou (assista à íntegra da entrevista ao fim desta matéria).

Por isso, Lula disse que, caso concorra à Presidência e vença, vai fazer com que as estatais voltem a trabalhar pelos interesses do Brasil. “Vou dizer em alto e bom som: nós vamos abrasileirar o preço da gasolina. O preço vai ser brasileiro. Porque os investimentos são feitos em reais”, comprometeu-se.

Segundo o ex-presidente, observar o que ocorreu com a Petrobras permite à população compreender que a privatização da Eletrobras também não beneficiará os brasileiros. “Estão querendo privatizar a Eletrobras para aumentar o preço da energia elétrica. Porque os empresários não têm preocupação se o povo está vivendo no escuro, eles querem é lucro. Quem tem que cuidar do povo é o Estado. Por isso fizemos o Luz Para Todos. Foram 15 milhões de pessoas beneficiadas e investimos mais de R$ 20 bilhões para levar energia à casa das pessoas”, lembrou.

“O que faz bem para a economia é a inclusão”

Lula disse que o atual desafio do Brasil é o de se reconstruir. “Quando deixei a Presidência, o Brasil estava entre a 6ª e 7ª economia do mundo. Hoje é a 13ª. Estávamos gerando milhões de empregos com carteira de trabalho assinada, fazendo investimento em educação, levando água para o Nordeste com a transposição do Rio São Francisco”, elencou. “Fico triste porque as coisas foram destruídas. (…) Mas é possível consertar o país. Quando cheguei à Presidência, em 2003, diziam que o Brasil estava quebrado e não tinha conserto. Pois esse país foi consertado”, completou.

Para o ex-presidente, o Brasil precisa de um governo que trabalhe para todos. “Eu quero que o empresário ganhe, mas quero que o trabalhador ganhe também. Eu quero que o fazendeiro viva bem, mas que o trabalhador rural, também”, explicou. 

Na prática, isso significa um governo que não olhe apenas para os interesses do mercado, como faz Bolsonaro. “Eu não vou pedir voto para o mercado. Vou pedir para o povo brasileiro, que é, na verdade, o grande mercado que eu quero ajudar neste país. O mercado não existirá se não existir um povo com capacidade de trabalhar e de consumir. O que faz bem para a economia é a inclusão, não a exclusão”, definiu.

“Não quero que o mercado venha me perguntar o que eu vou fazer. Eu quero perguntar para o mercado: o que vocês vão fazer para acabar com a fome neste país? O que vão fazer para gerar emprego, para tornar o crédito mais barato para o povo, para diminuir o endividamento da sociedade brasileira, para parar de cobrar 300% de juros no cartão de crédito. Quero chegar para o banqueiro e perguntar: que Brasil você quer? Quer um Brasil onde, no final do ano, você teve um lucro de R$ 30 bilhões e o povo está na pobreza? Essa é a discussão que nós temos de fazer neste país. Não é um Brasil para mim, é um Brasil para o Brasil”, acrescentou, dizendo-se certo de que é possível para o Brasil voltar a registra taxas de pleno emprego.

Por saber do potencial da região que Lula a apoiou como nenhum outro presidente fez. “A transposição do Rio São Francisco ficou 88% pronta no nosso governo, e fico muito feliz de saber que o semiárido nordestino e mais Fortaleza vão ter definitivamente a solução da água, porque é o mínimo que o Estado tem que fazer. Quem nasce em Copacabana, na Avenida Paulista, em Fortaleza não sabe o que é a falta d’água no sertão, não sabe a importância de fazer a transposição ou de construir 1,4 milhão de cisternas, como nós fizemos pelo país afora”, disse.

Redação PT.

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