Por Victor Hugo Marcondes:
Durante muito tempo aqui no Brasil vigorou a tese de que participação política se resumia ao clientelismo, ao suborno ou ao voto de cabresto alicerçado no coronelismo.
Mas com o tempo, sobretudo após a redemocratização, o fim da ditadura militar empresarial inaugurada por um golpe em 1964 e a institucionalização da constituição cidadã de 1988, o povo começou a vislumbrar que votar faz parte de um amplo processo de busca por uma cidadania completa, que alcance seu objeto constitucional na sua concretude e que relegue além de responsabilidade política aos governantes, a obrigação de fomentar políticas públicas adequadas para sociedade e não um favor ou uma esmola.
O voto é apenas o começo de um longo processo de cidadania, ainda mais aqui no Brasil, pois nossa democracia resultou de um processo de luta, de muito empenho e sobretudo de muito sangue de gerações de brasileiros e brasileiras.
Precisaremos incentivar a fiscalização por parte dos eleitos da execução do nosso dinheiro público, precisaremos fortalecer os órgãos de controle e acima de tudo precisaremos se quisermos construir uma sociedade mais justa e soberana, fazer jus a constituição de 1988 que expressa todos os nossos direitos e notadamente precisa de vontade política para cumprir sua vontade que tem um quê de estado social e um quê de estado liberal.
Vontade política para que transformemos socialmente a vida das pessoas, que garanta os direitos sociais mais básicos da sua gente e faça da soberania estatal ser uma praxe cotidiana do nosso povo, de tal forma, que valorize o trabalho, garanta distribuição de renda e reinclua milhões de brasileiros a economia do conhecimento.
O Brasil não tolera mais o árbitrio, a censura ou o patrimonialismo. Queremos uma sociedade que respeite a soberania das urnas e faça do voto ser apenas o começo de um longo processo de busca pela democratização da sociedade em todos os níveis.
Muito obrigado!
Victor Hugo Marcondes: Ciências Políticas, Líder da Pastoral, Direito, Pós-Consumidor,Téc: ADM, Ministro da palavra e padrinho.