Asfalto, bala e sangue

Por Dema:

O mundo assistiu está semana a mais uma ação ultraviolenta realizada pelas forças de (in)segurança, Policia Militar e agora temos a Polícia Rodoviária Federal participando de ações de intervenções em territórios.

Assistimos mais uma vez a ação que, pelo visto, foi planejada para eliminar literalmente os objetivos da mesma. Ao final, apreensão de alguns fuzis, meia-dúzia de granadas, troféus apresentados dessa desastrosa operação, cujo resultado final foi termos vários corpos espalhados pelo chão.


Este é o ano do vale-tudo, pois para ser eleito, Cláudio Castro não medirá esforços, reeleito não será, pois assumiu o cargo após o ex-governador Wilson José Witzel ter sido tirado da cadeira.  

Este é o ano em que o asfalto, a bala e o sangue estarão presentes  em muitos momentos  das nossas vidas, infelizmente.

As máquinas de matar e maquiagem funcionam a todo vapor, seja na na Baixada ou Zona Oeste, rejuvenescendo o asfalto, como da Campanha de 2018, a fim de concretizar uma recapeada, dando bom aspecto às nossas belas ruas, por mais um período de quatro anos.

Nos morros imperam a lei da bala oficial, cada operação mais parece uma corrida em busca de quebrar um novo recorde de mortes, numa escalada letal praticapa por agentes do Estado.

Após  cada operação,  o que resta é o chão banhado de sangue, sangue de uma guerra que não  vai cessar, caso não ataquemos o centro do problema.

Uma guerra que prefere se esconder atrás dos fuzis oficiais à enfrentar com maturidade o debate sobre a legalização das drogas, a desmilitarização das forças auxiliares, da necessidade  de uma polícia investigativa, inteligente e não truculenta.

O Rio de Janeiro tem sido, na prática, uma oficina da violência do Estado e esta operação é mais um exemplo disso. É preciso desbaratar a verdadeira quadrilha fardada, que deveria estar dando segurança  à População, realizando uma investigação séria, doa a quem doer.

Do jeito que vai, continuaremos a assistir em silêncio a excecução de pessoas pobres, pretas, moradores de favelas, sob a justificativa  do combate ao crime, num banho de sangue que nos apresenta como resposta meia-dúzia de fuzis. Nada justifica essa a ação que matou 23 pessoas, na Vila Cruzeiro.

Urge o debate verdadeiro,  envolvendo a sociedade civil, para que se busque soluções para a violência, e essas soluções sabemos quais são: geração  de empregos, distribuição de renda, educação, legalização das drogas, desmilitarização e reformulação das forças auxiliares de segurança.

A verdade é que está mais do que na hora de acabar com essa política do asfalto, bala e sangue.

*Dema é Secretário de Organização do PT Carioca.

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