Lodi e a inadiável revolução na educação brasileira

Por Francis Ivanovich:

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep apresentou na última segunda-feira, 20 de maio, os resultados do seu ciclo bianual de monitoramento das metas do Plano Nacional de Educação – PNE.

Os resultados são bem tristes, destacando-se problemas como desigualdade e apagão de dados, indicando claramente que o PNE, até o momento, fracassou, e amarga as consequências do golpe contra Dilma e o total desprezo do atual desgoverno pela educação brasileira.

No Senado, Gustavo Henrique Moraes, coordenador-geral de Instrumentos e Medidas Educacionais do INEP, revelou números preocupantes que demostram o retrocesso da educação durante a vigência do PNE, nesses últimos anos.

Vale lembrar que o PNE nasceu com o Decreto da Lei 13.005, de 25 de junho de 2014, que prevê a vigência do plano durante 10 anos, até 2024.

Será possível reverter o atraso que a educação brasileira está mergulhada?

Ontem, no Rio de Janeiro, 20 de junho, no mesmo dia em que o INEP divulgava dados tão preocupantes sobre o PNE, ocorria o lançamento da pré-candidatura a Deputado Federal pelo PT RJ, de Ricardo Lodi. Na ocasião, ele apresentou manifesto que revela uma disposição política que pretende contribuir para a tarefa titânica que é revolucionar a educação brasileira.

Ricardo Lodi, advogado e ex-reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, é homem autenticamente identificado com a educação e não duvido que poderia até ser um excelente ministro dessa pasta tão importante que, no atual desgoverno, foi ocupada até agora por gente medíocre e incompetente.

A educação brasileira necessita de uma revolução imediata, inadiável, uma tarefa para o dia seguinte a posse do Presidente Lula. Outros dados demosntram isso.

Segundo estudo divulgado pelo IMD World Competitiveness Center que comparou a prosperidade e a competitividade de 64 países, o Brasil obteve a pior avaliação entre os países analisados, alcançando a 64ª posição com relação a Educação.

O resultado negativo do Brasil nesse quesito se explica pelos reduzidos gastos público totais em educação. Segundo o IMD, quando avaliado em termos per capita, o mundo investe em média US$ 6.873 por estudante a cada ano, enquanto o Brasil aplica apenas US$ 2.110. 

Na questão da qualidade do investimento na educação, o país obteve baixo desempenho no último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – Pisa, que é a principal avaliação internacional de desempenho escolar, ocupando o Brasil a 54ª posição; e no O programa Idiomas sem Fronteiras ampliou a aplicação do teste de nivelamento Toefl–ITP, ocupa o 43º lugar no ranking.

Sem contar que o analfabetismo, problema que deveria estar extindo no Brasil do século 21, atinge 6,8% da população acima dos 15 anos de idade, sendo a média mundial de apenas 2,6%

Resumindo, sem investimento público sério e de qualidade não será possível a revolução na educação brasileira.

Esses dados são realmente estarrecedores e se colocam como desafios urgentes para quem quer lutar de verdade pela educação de qualidade no Brasil. Ricardo Lodi teve o privilégio de vivenciar “a pequena revolução da UERJ”, movimento que salvou essa universidade que tentaram, a todo o custo, destruir no Rio de Janeiro.

Ele que é advogado com especialidade na área financeira, entendeu durante esse difícil processo, o sucateamento da UERJ, a importância estratégica da política estar aliada à gestão competente dos recursos públicos na educação. Dessa experiência singular nasce sua justíssima candidatura à câmara federal, que não foi ideia dele, e que pode vir a representar real possibilidade de novos tempos para a educação brasileira.

Não sou amigo de Ricardo Lodi, mal o conheço pessoalmente, mas identifico em sua história como professor, ex-reitor da UERJ, e advogado de presidenta Dilma, quando desmontou jurídicamente, este ano, a farsa das pedaladas fiscais, um novo fazer político, sem os velhos jargões de palanque, e o compromisso autêntico com a educação, palavra essa que é cuspida literalmente, todos os dias, pelos políticos profissionais com suas falácias de campanha.

Sem uma revolução na educação brasileira, o Brasil não irá a lugar algum, mesmo com o presidente Lula no leme dessa nau quase afundada. O Brasil continuará acorrentado ao passado, como o mito de Prometeu acorrentado, obrigado a todos os dias sentir uma áve devorando o seu fígado, metáfora perfeita para as dores do sofrido povo brasileiro.

A revolução na educação brasileira é inadiável, é para ontem, é para o futuro, é para o povo brasileiro.

*Francis Ivanovich é jornalista, autor teatral, cineasta, produtor cultural e editor dos Blogs da Resistência Socialista RJ e Saravá Cultural do PT RJ.

(Foto de Ana Gonçalves: Ricardo Lodi e Letícia Florêncio)

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